Santuários Japoneses Butsudan e Kamidana

Santuários Japoneses – Butsudan e Kamidana
Um fato interessante que notamos no Japão é perceber como as filosofias religiosas, como o budismo, xintoísmo e confucionismo se fundem harmoniosamente, formando praticamente uma só religião. Existem muitas práticas religiosas realizadas pelas famílias no dia a dia que podem ter raízes tanto budistas como xintoístas.

Como exemplo, podemos citar o Butsudan (Budismo) e o Kamidana (Xintoísmo), dois tipos diferentes de altares ou santuários domésticos que estão presentes em 90% dos lares rurais e 60% dos lares urbanos no Japão. Tanto o Butsudan como o Kamidama são usados especialmente para cultuar os antepassados.

Na verdade, o culto aos antepassados não é considerada uma prática religiosa no Japão. É relacionado mais com o Confucionismo, que como sabemos não é uma religião e sim uma “filosofia de vida”. Porém, é comum que as famílias aproveitem seus santuários Butsudan e Kamidana para orar por seus ancestrais.

Esses rituais, incluindo visitas à túmulos de parentes falecidos, são consideradas atitudes que fazem parte da vida dos japoneses, independente da religião que seguem. Podemos notar isso inclusive em vários festivais no Japão, como o Bon Odori e Tooro Nagashi ou durante o Ohigan, época onde os ancestrais são homenageados. Conheça um pouco mais sobre o Butsudan e o Kamidana:

Butsudan – Santuário budista doméstico

O Butsudan (佛坛 ou 仏坛) significa literalmente “Altar do Buda” e é visto como um item essencial na vida de uma família japonesa tradicional, pois é o centro da fé espiritual dentro da família. Este pequeno santuário se assemelha a um armário com portas que geralmente são fechadas a noite, após a última oração.

Dentro do Butsudan, encontra-se normalmente o Gohonzon, que é uma estátua ou fotografia com a imagem do Buda. Fotografias dos antepassados também são colocados dentro do Butsudan, assim como uma série de artigos religiosos como sino, velas, incensos e plataformas para as oferendas, como frutas, chá ou arroz.

Nas áreas rurais, o altar budista Butsudan está presente em mais de 90% dos lares. Já nas áreas urbanas e suburbanas, essa taxa cai para menos de 60%. O ritual geralmente é iniciado durante a manhã e depois segue-se um pequeno ritual padrão que pode ser realizado não só no Butsudan como no Kamidana:

* Primeiro, toca-se o sino duas vezes para a purificação
* A oferenda, no caso o arroz é colocado no santuário
* Em seguida é realizado uma meditação ou oração
* Após a oração, bata palmas uma vez, ao mesmo tempo que se curva
* Antes de se levantar, toca-se a campainha duas vezes
* E por último, come-se o arroz branco (da oferenda)

Dizem que este ritual deve ser a primeira coisa a ser feito quando chegamos em casa, seja do trabalho, da escola ou de um passeio. No Japão, o Butsudan fica localizado geralmente na sala, próximo à porta de entrada, pois acredita-se que o butsudan protege o lar e não permite que energias ruins entrem na casa.

Além disso, a sala é um local onde geralmente a família se reúne e recebe as visitas e portanto é um bom local para deixar o santuário butsudan, pois desta forma fica acessível para toda a família e a todas as pessoas que frequentam a casa.

Na época da imigração, muitos japoneses trouxeram o Butsudan da família, porém como o Brasil era um país católico, havia muita intolerância para com as outras religiões. Durante a Segunda Guerra Mundial a situação piorou ainda mais e qualquer tipo de tentativa de preservar as tradições era reprimida.

Como forma de continuar a tradição de culto aos antepassados, o jeito foi colocar o butsudan no quarto de dormir, por ser um local mais privativo da casa, onde geralmente as visitas não costumam entrar. Esse costume acabou sendo preservado até hoje na maioria das casas dos descendentes de japoneses.

Todos os presentes ou objetos comprados pela família são primeiramente apresentados aos antepassados da família e portanto são colocados em frente ao butsudan ou kamidana. Permanecem lá entre 2 a 5 dias e durante este tempo, os objetos não podem ser utilizados e nem mesmo devem ser tocados.

Kamidana – Santuário xintoísta suspenso

O Kamidana (神棚) é uma miniatura de um templo xintoísta que é sempre colocado na parte mais alta de uma parede, num local bem iluminado e tranquilo, geralmente posicionado sentido leste ou sul. Um Kamidana jamais deve estar na linha do chão ou ser pisado e portanto seu uso é mais limitado às construções térreas.

Embora, há quem diga que mesmo quem mora em edifícios pode ter este tipo de santuário, desde que deixe um papel escrito “céu” (o-sora) junto ao Kamidana. Junto ao templo, também é colocado inscritos (ofuda) com o nome dos familiares ou com orações escritas e santificadas por um autêntico sacerdote xintoísta.

Esses inscritos normalmente são substituídos a cada ano e além deles há outros itens colocados no pequeno santuário xintoísta, como um pequeno espelho (kagami), uma caixa de madeira para moedas (saisenbako), dois vasos para folhas sakaki (Cleyera japonica) e shimenawa (corda sagrada de palha de arroz).

Assim como no Butsudan, é comum colocar fotos dos antepassados importantes no kamidana. Isso inclui fotos de avós, bisavós ou outros membros da família já falecidos que são considerados importantes para a família. Também pode-se colocar imagens de proteção e amuletos de sorte como Daruma ou Maneki Neko.

No Japão, algumas famílias ainda tem a tradição de receber em casa um monge budista ou sacerdote xintoísta de tempos em tempos para rituais de purificação. Para os leitores que desejam saber um pouco mais sobre a mitologia xintoísta, sugiro que assista “A Viagem de Chihiro” (Sen to Chihiro no kamikakushi) do Studio Ghibli.

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