Esqueçam de continuar lenda, se pensam que vão ler sobre God of War neste post… ainda não vamos falar desse jogo lindo e maravilhoso… ainda.
Acreditem se quiser, essa pesquisa começou com Boceta. Não o órgão genital feminino, mas a forma correta de escrever a palavra. Me desculpem por começar nossa matéria assim.
Pois bem, o termo chulo e popular se refere, na primeira sílaba, a fonética dada a vogal dominante U, trazendo assim, o som de Buceta, para a palavra Boceta. Seu significado é, além do nome dado à ferramenta sexual e aprisionadora de corações apaixonados, a uma caixinha redonda, oval ou oblonga, para guardar, geralmente, jóias e pequenos pertences.
Sua origem e etimologia vem de Bucil, Buxis, ixis. Do latim e grego, as palavras “caixa” e “boceta” tem o mesmo significado. Tanto, que era usado o termo Boceta de Pandora a 50 ou 100 anos atras.
E é assim, que nossa matéria começa. Vamos falar sobre o que era a “Caixa” de Pandora.
MITOLOGIA GREGA
Tínhamos, até então, Zeus e os demais deuses. Gaia, Cronos e os demais Titãs, dois de seus filhos eram Prometheus e Epimeteu, estes foram responsáveis pela criação de todos os animais e, por último, o homem.
Epimeteu ficou responsável de entregar cada característica vantajosa a um animal. Uns voam, outros tem garra, outros são velozes e outros respiram debaixo d’água. Ao chegar na vez do homem, Epimeteu usou todos os atributos e não restava mais nada para presentear sua criação.
Aos pensamentos de Goethe, filósofo e poeta alemão, Zeus invejava Prometheus e o titã sabia disso e por essa razão, além de todos os animais, foi criado o homem:
“Encobre o teu Céu ó Zeus
com nebuloso véu e,
semelhante ao jovem que gosta
de recolher cardos,
retira-te para os altos do carvalho ereto.
Mas deixa que eu desfrute a Terra,
que é minha, tanto quanto esta cabana
que habito e que não é obra tua
e também minha lareira que,
quando arde, sua labareda me doura.
Tu me invejas!
Eu honrar a ti? Por quê?
Livraste a carga do abatido?
Enxugaste por acaso a lágrima do triste?
Por acaso imaginaste, num delírio,
que eu iria odiar a vida e retirar-me para o ermo
por alguns dos meus sonhos se haverem
frustrado?
Pois não: aqui me tens
e homens farei segundo minha própria imagem:
homens que logo serão meus iguais
que irão padecer e chorar, gozar e sofrer
e, mesmo que sejam parias,
não se renderão a ti como eu fiz”
Prometheus, roubou o fogo dos deuses e deu aos homens, para que eles tivessem o maior poder de todos e assim, dominar em conhecimento e crescer em sabedoria.
Zeus, ao saber do feito, ordenou Hefesto que prendesse o rebelde Titã no monte Cáucaso e que todos os dias um corvo se alimentava de seu fígado e que todas as noites ele se regenera. Assim deveria durar 30000 anos.
(Prestem atenção. Aqui começa a ficar interessante) “Num mito hesiódico, a primeira mulher, criada por Hefesto e por Atena, com o auxílio de todos os outros deuses, por ordem de Zeus. Cada um deles lhe atribuiu um dom: recebeu assim a beleza, a graça, a destreza manual, a capacidade de persuadir e outras qualidades. Mas Hermes colocou no seu coração a mentira e a astúcia. Hefesto fê-la à imagem das deusas imortais, e Zeus destinou-a à punição da raça humana, à qual Prometheus tinha acabado de dar o fogo divino. Foi esse o presente que todos os deuses ofereceram então aos homens, para lhes causar a desgraça (Pierre Grimal, Dicionário da Mitologia).”
Pandora foi enviada a Epimeteu, que não ouviu o conselho do irmão acorrentado e, encantado com a mulher, casou-se com ela.
Assim, “a Caixa foi aberta” e todos os males da humanidade se espalharam pela Terra. Doenças, Inveja, Ira, Mortalidade, Velhice, Ciúmes, Egoísmo e a Mentira, foram algumas desgraças que caíram sobre todo o homem vivente. Pandora, ao perceber que o que havia dentro da caixa estava se esvaindo, logo fechou-a. Sobrando em seu interior apenas a Esperança. Epimeteu não se deu conta de tudo o que ocorreu e continuou sempre a desejar a caixa que, constantemente, se encontrava no colo da mulher.
Em seu livro, Humano, Demasiado Humano: Um Livro Para Espíritos Livres, Friedrich Nietzsche, cita que a Esperança talvez seja o maior de todos os males:
“Pandora trouxe o vaso que continha os males e o abriu. Era o presente dos deuses aos homens, exteriormente um presente belo e sedutor, denominado “vaso da felicidade”. E todos os males, seres vivos alados, escaparam voando: desde então vagueiam e prejudicam os homens dia e noite. Um único mal ainda não saíra do recipiente; então seguindo a vontade de Zeus, Pandora repôs a tampa, e ele permaneceu dentro. O homem tem agora o vaso da felicidade, e pensa maravilhas do tesouro que nele possui; este se acha a sua disposição: ele o abre quando quer; pois não sabe que Pandora lhe trouxe o recipiente dos males, e para ele o mal que restou é o maior dos bens – é a esperança – Zeus quis que os homens por mais torturados que fossem pelos outros males, não rejeitassem a vida, mas continuassem a se deixar torturar. Para isso lhe deu a esperança: ela é na verdade o pior dos males, pois prolonga o suplício dos homens.”
Assim, a primeira mulher foi criada, a humanidade estava condenada e a esperança permaneceu dentro de sua boceta. Agora, reflitam comigo:
TEORIA
“Mentira que a curiosidade seja exclusividade das mulheres. E Epimeteu não resistiu e levantou a tampa da boceta de Pandora. E dela saíram todos os males do mundo, seus pecados, doenças e vícios.”
Reidovudu
Data 20/02/2007
Espero não ter te assustado com o tamanho do texto nem com o assunto de duplo sentido. Eu realmente estou me aprofundando na mitologia grega e pretendo escrever muito sobre interpretações e entendimentos do assunto.
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